domingo, 12 de dezembro de 2010

[Célula e organismo] Efeitos Metabólicos da Insulina e do Glucagon

A integração do metabolismo energético é controlada principalmente pela insulina e pelas ações que a ela se opõem do glucagon e da adrenalina. Alterações nos níveis circulantes desses hormônios permitem ao organismo estocar energia quando o alimento é fornecido em abundância ou dispor da energia estocada, por exemplo, durante “crises de sobrevivência”, como fome, lesão grave ou situações de “luta-ou-fuga”. A insulina é um hormônio polipeptídico produzido pelas células beta das ilhotas de langerhans do pâncreas. Sua biossíntese envolve dois precursores inativos, a pré-pró-insulina e a pró-insulina, clivados sequencialmente para formar o hormônio ativo. O aumento da glicemia é o sinal mais importante para uma secreção mais aumentada de insulina. A síntese e a liberação de insulina são diminuídas pela adrenalina, que é secretada em resposta a estresse, trauma ou exercício intenso. A insulina aumenta a captação de glicose (pelo músculo e pelo tecido adiposo) e a síntese de glicogênio, de proteínas e de triacilgliceróis. Essas ações são mediadas pela ligação da insulina ao seu receptor, iniciando uma cascata de eventos de sinalização celular, incluindo a fosforilação de uma família de proteínas denominadas de substratos do receptor de insulina (SRIs). O glucagon é um hormônio polipeptídico secretado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. O glucagon, juntamente com a adrenalina, o cortisol e o hormônio do crescimento (os hormônios contra reguladores), se opõe a muitas das ações da insulina. O glucagon atua na manutenção da glicemia durante períodos de potencial hipoglicemia e aumenta a glicogenólise, a gliconeogênese, a lipólise, a cetogênese e a captação de aminoácidos. A secreção do glucagon é estimulada por baixos níveis sanguíneos de glicose, por aminoácidos e pela adrenalina. Sua secreção é inibida por níveis elevados de glicose sanguínea e pela insulina. O glucagon liga-se a receptores de alta afinidade nos hepatócitos. Essa ligação resulta na ativação da adenilato-ciclase, que produz o segundo mensageiro AMP cíclico(AMPc). A posterior ativação da proteína-cinase dependente de AMPc resulta na ativação ou inibição, por fosforilação, de enzimas-chave da regulação do metabolismo de carboidratos e de lipídeos. A hipoglicemia é caracterizada por: 1) sintomas do sistema nervoso central, incluindo confusão, comportamento atípico ou coma; 2) simultaneamente, nível de glicose sanguínea igual ou inferior a 40 mg/dL; e 3) retorno desses sintomas ao normal em minutos após a administração de glicose. A hipoglicemia ocorre mais frequentemente em pacientes recebendo tratamento com insulina, com controle estrito. O consumo e o metabolismo subseqüente do etanol inibem a gliconeogênese, ocasionando hipoglicemia em indivíduos com depleção nos estoques de glicogênio hepático. O consumo de álcool pode também aumentar o risco de hipoglicemia em pacientes que fazem uso de insulina.

(por fernanda)

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